(11/6/2019) Workshops realizados em 4 e 6 de junho em São Paulo e Belo Horizonte reuniram cerca de 200 pesquisadores interessados em realizar pós-doutorado na Alemanha. Os eventos foram promovidos por universidades alemãs, que apresentaram ao público o perfil de pesquisa de suas instituições e as oportunidades oferecidas a cientistas estrangeiros. Estiveram presentes representantes da Universidade Técnica de Munique (TUM), Universidade de Münster (WWU), Freie Universität Berlin (FU Berlin), Universidade Técnica de Berlim (TUB) e Aliança Universitária do Ruhr (UA Ruhr).
Organizações de fomento também participaram do evento. Ao lado de representantes do Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD) e da Fundação Alexander von Humboldt, a DFG apresentou seus programas de fomento e as possibilidades de financiamento para projetos de pesquisa binacionais, desenvolvidos conjuntamente por pesquisadores brasileiros e alemães.
Os pesquisadores paulistas podem contar com as oportunidades de financiamento oferecidas pela DFG em parceria com a FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). Ambas agências cooperam desde 2006 e oferecem instrumentos para o apoio de projetos conduzidos por pesquisadores alemães e do Estado de São Paulo. Estão disponíveis desde recursos para projetos regulares até para projetos coordenados, envolvendo grandes grupos de pesquisadores. As propostas devem ser elaboradas conjuntamente e submetidas a ambas agências para avaliação. Uma vez aprovadas, o fomento segue o modelo matching funds, a DFG financia a parte alemã e a FAPESP custeia a parcela brasileira do projeto. Saiba mai.
Em Minas Gerais, os cientistas contam com as iniciativas de fomento oferecidas pela parceria entre a DFG e a FAPEMIG (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais), estabelecida em 2009 e renovada em 2016. Mediante a publicação de editais pela FAPEMIG, mineiros podem submeter propostas elaboradas em parceria com pesquisadores alemães. Se aprovadas pela FAPEMIG, as propostas devem então ser submetidas à avaliação da DFG pelo respectivo parceiro alemão. O fomento – também no modelo matching funds – será concedido após a aprovação de ambas organizações.
O evento ainda ofereceu aos participantes dicas de como encontrar um parceiro de pesquisa ou anfitrião na Alemanha. Este é o primeiro passo necessário para aqueles que planejam realizar pós-doutorado no país e deve anteceder a busca por fontes de financiamento.
Por meio da plataforma online GEPRI , é possível rastrear projetos que já recebem fomento da DFG e que, eventualmente, podem disponibilizar vagas para pós-doutorandos. Outra opção é o portal GERi, um banco de dados com informações de mais de 25 mil universidades e instituições de pesquisa alemãs, que permite busca por área do conhecimento e pode ser útil para encontrar um pesquisador anfitrião.
Uma vez identificado um potencial anfitrião, é possível contatá-lo por e-mail e se apresentar. “Antes deste primeiro contato é muito importante ler os artigos publicados pelo pesquisador e conhecer o trabalho dele. Assim você demonstra seu interesse e pode propor um tema de pesquisa que seja interessante para as duas partes”, recomendou a Prof. Monica de Freitas, ex-bolsista da Fundação Alexander von Humboldt. Ela ainda encorajou os participantes a publicarem artigos em inglês. “Deste modo os pesquisadores alemães também poderão conhecer seu trabalho e avaliar se seu perfil é interessante para eles. No Brasil as avaliações consideram muito a produção e reputação de nossos orientadores. Já na Alemanha você é avaliado e reconhecido pelo seu próprio trabalho”, alertou ela.
Outra valiosa dica para a escolha do anfitrião foi dada por Christiane Wolf, assessora científica da DFG América Latina. “Além das publicações e outros trabalhos já realizadas pelo pesquisador, leve em consideração também a infraestrutura da cidade para a sua área, como a oferta de bibliotecas e de outros centros de pesquisa além da instituição anfitriã, que podem contribuir para a sua pesquisa”, aconselhou.