DFG apresenta oportunidades de fomento a pesquisadores da UFPR

A UFPR é uma das 36 instituições de ensino superior brasileiras contemplada pelo programa PRINT

A UFPR é uma das 36 instituições de ensino superior brasileiras contemplada pelo programa PRINT

© Divulgação

(17/04/2019) A Universidade Federal do Paraná (UFPR) promoveu, em 10 de abril, o “I Evento de Fomento à Internacionalização” em Curitiba, com o objetivo de divulgar aos professores e pesquisadores da universidade as oportunidades de colaboração com instituições estrangeiras.

Convidada a participar do evento, a diretora da DFG América Latina, Dra. Kathrin Winkler, apresentou ao público as atividades do escritório regional sediado em São Paulo, bem como as oportunidades de colaboração internacional e de fomento conjunto para projetos de pesquisa binacionais, em parceria com organizações brasileiras parceiras. Na ocasião, também palestraram representantes do Instituto Ibero-Americano (IAI) de Berlim, da embaixada e do consulado da França, e da Universidade de Birmingham, do Reino Unido.

O evento integra uma série de atividades promovidas pela UFPR no âmbito do Programa Institucional de Internacionalização (PRINT), fomentado pela CAPES. Contemplada pelo programa ao lado de outras 35 instituições de ensino superior brasileiras, a UFPR dedica-se agora a implementar as estratégias do projeto, concebidas em 2018 para internacionalizar suas atividades de pesquisa em áreas estratégicas e estimular a formação de redes de pesquisas internacionais.

Neste contexto, uma das áreas definidas pela UFPR a ser fomentada pelo programa foi “Digital Humanities”, novo campo do conhecimento que nasce da parceria entre pesquisadores das Humanidades, Informática e Ciências da Informação. Instituições responsáveis pela produção de conhecimento científico e coordenação de acervos digitais atuam de forma integrada: desenvolvem e utilizam ambientes e recursos digitais para ampliar, ordenar e disponibilizar conjuntamente documentos e informações.

A UFPR se dedica a essa área desde 2015, quando começou a desenvolver um projeto sobre a imprensa de língua alemã publicada no Brasil. “Como são centenas de milhares de exemplares de jornais que integram um banco de dados único, eles passam a constituir uma base de pesquisa a ser explorada com a agilidade dos recursos tecnológicos. Pessoas de várias partes do mundo podem acessar o acervo simultaneamente e se comunicar umas com as outras. Anotações feitas nos jornais por pesquisadores autorizados ficam registradas e passam a fazer parte do banco; coleções digitais podem ser completadas com exemplares disponíveis em acervos de diferentes instituições”, explicou Prof. Paulo Astor Soethe, do departamento de Letras da UFPR.

O aprimoramento e integração dos bancos de dados não apenas facilita o acesso de pesquisadores a fontes e informações necessárias para seus objetos de estudos, como também abrem questões inéditas a serem investigadas, a partir das novas ferramentas oferecidas pelos recursos tecnológicos. “A reconstituição de debates intelectuais conduzidos em diversos desses periódicos, mediante a ordenação de publicações sequenciais; a identificação e ordenação de informações, desde a programação cultural em determinada cidade ou região, até dados brutos como temperaturas, caracterização meteorológica, preços de produtos e taxas de câmbio”, exemplificou o professor.

Por meio da iniciativa SmartMinds – um subprojeto do PRINT coordenado por Soethe – a universidade definiu um plano de ação para ganhar maior protagonismo internacional na área nos próximos anos, com o apoio de parceiros estrangeiros, dentre eles o IAI e a Universidade de Potsdam.

Uma das pesquisas conjuntas em andamento conta com o financiamento da Fundação Alexander von Humboldt e se dedica a conhecer e analisar o acervo do tradutor alemão de João Guimarães Rosa, Curt Meyer-Clason. Juntos, IAI, UFPR e Universidade de Potsdam pretender desenvolver um protótipo para a apresentação digital dos tiposcritos de Meyer-Clason com sua tradução de obras de Rosa em alemão.

Um interesse imediato do estado do Paraná e da cena acadêmica brasileira é amadurecer as redes digitais de cooperação científica e a gestão do conhecimento, conforme ressaltou Soethe. “Penso que a participação da Dra. Kathrin Winkler no evento realizado na UFPR no último dia 10 de maio tornou muito clara para todos os presentes os potenciais de cooperação com instituições e colegas alemães, concluiu.

Fundação Araucária
Por ocasião do evento na UFPR, a viagem até Curitiba também possibilitou o encontro entre Winkler e Ramiro Wahrhaftig, presidente da Fundação Araucária (FA) – Agência de Apoio à Ciência, Tecnologia e Inovação do Paraná. A FA é uma das 26 Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa do Brasil e demonstrou grande interesse em viabilizar, em parceria com a DFG, o fomento conjunto de projetos de pesquisa entre cientistas paranaenses e alemães.