(28/03/2019) Em 2019 a Alemanha foi o país convidado de honra da Cátedra Europa, evento promovido anualmente pela Universidad del Norte (Uninorte), na cidade colombiana de Barranquilla. A escolha para esta 22ª edição, realizada de 18 a 23 de março, não poderia ter sido mais propícia – este ano completam-se 250 anos do nascimento de Alexander von Humboldt, homenageado na ocasião. Em consonância com o espírito interdisciplinar do cientista alemão, a Cátedra ofereceu um vasto programa com conferências em diversas áreas da ciência, cultura, economia e meio-ambiente.
Ao longo de uma semana, cerca de 600 pessoas prestigiaram o evento, que contou com a participação de 120 convidados da Alemanha – dentre eles, a DFG América Latina. Dra. Kathrin Winkler, diretora do escritório regional localizado em São Paulo, palestrou em duas sessões informativas e apresentou ao público colombiano as oportunidades de cooperação com pesquisadores alemães e os programas de fomento oferecidos pela DFG.
Anfitriã do evento, a Uninorte mantém há muitos anos importantes laços com a Alemanha: somam 29 o número de convênios formais assinados com universidades e organizações científicas do país. Em reunião com a DFG América Latina, o reitor, Dr. Adolfo Meisel, enfatizou que estas colaborações contribuíram fortemente para o desenvolvimento e consolidação da pesquisa básica na instituição.
Também foram apresentados à DFG alguns dos projetos conduzidos conjuntamente por cientistas da UniNorte e seus parceiros alemães. A Pró-Reitoria de Assuntos Acadêmicos destacou iniciativas nas áreas de botânica e ciências da terra. Motivada em fortalecê-las, a universidade colombiana mostrou-se interessada em estreitar relações com a DFG e desenvolver estratégias que possibilitem o fomento conjunto dessas iniciativas no futuro.
Expedição Meteor
A Cátedra Europa também trouxe ao público uma grande novidade que marca o sucesso das colaborações científicas Alemanha-Colômbia: a recém aprovada expedição do navio de pesquisas alemão Meteor pelo Mar do Caribe. Ao longo de 26 dias, uma equipe de 25 pesquisadores navegará o litoral colombiano a bordo de uma embarcação de mais de 100 metros de comprimento, equipada com 20 laboratórios e tecnologias de última geração.
O objetivo da expedição será entender melhor a influência que o rio Magdalena exerce no Mar do Caribe. A bacia corta grande parte do território colombiano é a mais importante fonte de água doce da região. “Sedimentos do rio despejados no oceano podem indicar todas as transformações que estão acontecendo na bacia ao longo dos últimos 200 anos de intervenção humana. Esperamos poder identificar nos dados coletados, por exemplo, sinais do progressivo desmatamento, de mudanças no manejo da terra e do aumento de poluição”, explicou Prof. Oscar Álvarez, pesquisador da Uninorte e parceiro colombiano do projeto.
Para o coordenador alemão da expedição, Prof. Christian Winter, da Christian-Albrechts-Universität zu Kiel, a complexidade da questão exige uma abordagem interdisciplinar. “Além do navio em si, o recurso mais importante que teremos serão as próprias pessoas a bordo: um grupo de pesquisadores altamente qualificados e interessados, especialistas em diferentes áreas, que nos proporcionará uma visão completa e detalhada desse sistema”, declarou ele.
Entre alemães e colombianos, integrarão à tripulação cientistas das mais diferentes áreas, incluindo geologia, ciências marinhas, engenharia, oceanografia, microbiologia e geoquímica. Além disso, também participarão do time jovens pesquisadores, doutorandos e mestrandos.
Da parte alemã, estão envolvidas no projeto a Universidade de Kiel, o Center of Marine Environmental Sciences (MARUM), o Leibniz Institute for Baltic Sea Research, o Max Planck Institute for Marine Microbiology e o Senckenberg Institute. Além da Uninorte, o lado colombiano é formado por pesquisadores da Universidad Nacional de Colombia e da Universidad de Antioquia.
A expedição científica, que será a primeira desta dimensão no litoral colombiano, será fomentada pela DFG e está prevista para acontecer entre 2020 e 2021. “Estamos muito contentes porque os recursos e infraestrutura do Meteor nos possibilitarão responder algumas questões que ainda não fomos capazes. Com certeza, a partir dos resultados dessa expedição, surgirão novos questionamentos que poderão render novo projetos cooperação com a Alemanha no futuro”, declarou Alvarez.